sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O trem Suburbano











Uma forma fácil e barata é assim que muitos descrevem o trem do subúrbio. O percurso que parte da Estação da Calçada, além de belas paisagens, que podem ser vistas em um percurso de 25 minutos aproximadamente, conduz cotidianamente cerca de 400 mil moradores do subúrbio da capital baiana.

A estação de Salvador foi aberta com o nome de Jequitaia em 1860, no principio foi criada com finalidade de transporte de cargas, mas depois a prioridade passou a ser o transporte de passageiros.

A economia dos moradores do subúrbio é considerável, o bilhete de acesso custa apenas R$ 0,50, garantindo assim a condução e acesso livre aos quatro vagões. Maria de Lourdes, empregada doméstica, moradora do bairro de Paripe, de segunda a sábado acorda às 5h da manhã para ir ao trabalho no centro da cidade, “Esse trem facilitou muito a minha vida, antes eu gastava muito dinheiro com transporte, hoje duas passagens de ônibus substitui quatro do trem”, afirma Maria de Lourdes.

Além da economia da passagem, a estação gera empregos tanto formais quanto informais, a vendedora ambulante Claudenice Souza, 40 anos, trabalha como vendedora ambulante há três anos no local, e conta que sustenta seus dois filhos através do seu trabalho, “gosto de trabalhar aqui, foi aqui que consegui a minha realização profissional e o sustento da minha família”, afirma a vendedora.

A importância do trem na região transcede a questão econômica, o projeto Ver de Trem, uma ONG voltada para a defesa do transporte ferroviário de passageiros, atua na região do subúrbio, com ações educacionais e culturais, na própria estação e até mesmo dentro do próprio trem. Durante todo ano, um domingo a cada mês, acontecem shows de MPB, blues, forró, entre outros ritmos, esse é o projeto “Música no trem”, com o objetivo de levar a música aos habitantes do subúrbio e despertar o interesse e a atenção de moradores de outros bairros para os atrativos da região suburbana e conseqüentemente seu potencial turístico.

A CBTU, companhia brasileira de transportes urbanos, juntamente com a CTS, companhia de transporte de Salvador, conseguiram ano passado, uma conquista na área judicial com a revogação da tutela antecipada, que a impedia de utilizar os recursos de R$ 9,3 milhões para a retomada das obras de modernização da via e dos três novos trens, do trecho Calçada/Paripe, do sistema de trens urbanos em Salvador. Esse sistema, que se encontra sob o poder da Prefeitura, desde 24 de setembro de 2005, recebe recursos do Governo Federal, para a construção do metrô e obras de modernização do trecho já existente, sendo a CBTU responsável pela a transferência de recursos da União.

A região do subúrbio é responsável por cerca de 20% do total de viagens no transporte público em Salvador, foi essencial para os moradores do local a construção do trem, e com os investimentos a tendência é a cada ano atingir novas áreas de acesso e facilitar cada vez mais a vida da população.

Um comentário:

Leoni disse...

Uma das melhores formas de modernizar e atualizar os sistemas de trens de passageiros em locais em que ainda se utilizam da bitola métrica, é a implantação de bitola em 1,6 m a exemplo do que acontece nas maiores metrópoles brasileiras, observando, uma foto frontal postada, como destas composições de Salvador-BA, Teresina-PI, Campos do Jordão-SP e o bonde Santa Teresa-RJ em bitola de 1,1 m, e que já sofreram múltiplos descarrilamentos e com mortes, pode se visualizar a desproporção da largura da bitola, 1,0m com relação largura do trem “l”=3,15 m x altura “h”= 4,28 m ( 3,15:1) conforme gabarito, o que faz com que pequenos desníveis na linha férrea provoquem grandes amplitudes, oscilações e instabilidades ao conjunto, podendo esta ser considerada uma bitola obsoleta para esta função, tal situação é comum na maioria das capitais no nordeste, exceto Recife-PE.
Para que esta tarefa seja executada sem grandes transtornos, inicialmente devem ser planejadas e programadas as substituições dos dormentes que só permitem o assentamento em bitola de 1,0 m por outros em bitola mista, (1,0 + 1,6 m ) preferencialmente de concreto, que tem durabilidade muito superior ~50 anos, principalmente os que possuem selas, para após realizar a mudança, observando que para bitola de 1, 6 m o raio mínimo de curvatura dos trilhos é maior .
Entendo que deva haver uma uniformização em bitola de 1,6 m para trens suburbanos de passageiros e metro, e um provável TMV- Trens de passageiros convencionais regionais em média velocidade, máximo de 150 km/h no Brasil, e o planejamento com a substituição gradativa nos locais que ainda não as possuem, utilizando composições completas como destas 12, (36 unidades) da série 5000 entre outras que virão em que a CPTM-SP colocou em disponibilidade em cidades como Teresina-PI, Natal-RN, Maceió-AL, João Pessoa-PB, Salvador-BA que ainda as utilizam em bitola métrica, com base comprovada em que regionalmente esta já é a bitola nas principais cidades e capitais do Brasil, ou seja: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, e Curitiba (projeto), e que os locais que não as possuem, são uma minoria, ou trens turísticos.
Assim como foi feito em São Paulo, que se recebeu como doação, composições usadas procedentes da Espanha na qual originalmente trafegavam em bitola Ibérica, de 1,668m, e que após a substituição dos truques, (rebitolagem) trafegavam normalmente pelas linhas paulistanas em 1,6 m, com total reaproveitamento dos carros existentes, o mesmo poderá ser feita com estes trens que trafegam nestas cidades do Brasil, lembrando que este é um procedimento relativamente simples, de execução econômica, com grande disponibilidade de truques no mercado nacional, facilitando a manutenção e expansão dos serviços, uma vez que todas as implantações das vias férreas pela Valec no Norte e Nordeste rumo ao Sul já são nesta bitola.
Esta será uma forma extremamente econômica e ágil de se flexibilizar, uniformizar, racionalizar e minimizar os estoques de sobressalentes e ativos e a manutenção de trens de passageiros no Brasil.